O bispo da Diocese de Volta Redonda e Barra do Pirai, dom Francisco Biasin, divulgou nesta quinta-feira (25) uma carta sobre o segundo turno das eleições. Nela, o bispo se diz preocupado com “uma onda de rancor e ódio, de intolerância e desprezo, de violência e agressões”.
“Vivemos dias de apreensão pelo que pode tornar-se o nosso país se a tortura, a pena de morte, a discriminação, o ódio, o preconceito, as armas e outras propostas contrárias ao Reino alcançarem os mais altos postos da República”, diz o documento.
O bispo continua: “A vida toda e a totalidade da vida estão ameaçadas. Não faz parte da tradição cristã uma defesa parcial e seletiva da vida, que ignore pessoas e grupos humanos, que decida os que devem viver ou morrer, que faça da natureza objeto de escusas negociações”.
O dom Biasin disse ainda que a população não pode ficar indiferentes. “Do contrário, num futuro próximo nossos filhos e filhas pobres, negros, favelados, homoafetivos, atingidos pela dependência das drogas, mulheres, operários, agricultores, indígenas, refugiados e outros grupos humanos, marginalizados pelo preconceito e pela arrogância, poderão ser tragicamente atingidos”.
O líder católico foi além em afirmar que “votar conscientemente em candidatos que comunguem e propaguem tal mentalidade, é trair o evangelho de Jesus Cristo e crucificá-lo outra vez na vida dos pobres, dos excluídos e das minorias”, disse o bispo.
“Tudo estará perdido com o totalitarismo. Mas, tudo é possível reconstruir na liberdade e na participação popular. A importância e a seriedade, próprias do momento eleitoral em que nos encontramos, devem interpelar a todos os que cultivam o sonho indígena da “terra sem males” e o anseio quilombola de um mundo sem exclusões. No entanto, a beleza dos nossos sonhos e anseios está em perigo”, finalizou.