Por Tribuna
Inaugurado em outubro de 2018, o Shopping Park Sul enfrenta sua primeira crise. Após fim do período natalino, lojistas enfrentam quedas nas vendas e aumento da taxa de condomínio. Muitos empresários, alegando prejuízos, ameaçam devolver os estabelecimentos para ShopInvest, empresa responsável pelo empreendimento.
Até mesmo as grandes redes começam a rever seus lançamentos, como a rede de Lojas Marisa. Anunciada como uma das âncoras do empreendimento, a unidade desistiu do investimento. Segundo fontes, o caso foi parar na Justiça.
Nem mesmo o Dia dos Namorados, terceira data do calendário comercial brasileiro, resultou em melhoria de vendas. A equipe do TRIBUNA esteve no local no dia e percebeu vendedores na porta das lojas e pouco fluxo de compra.
A maior reclamação dos empreendedores é que o shopping ainda não ‘aconteceu’. Depois da euforia do lançamento e ao contrário do que muitos esperavam, o maior movimento acontece nos finais de semana, porém, sem incremento de venda.
Depois da euforia, a queda nas vendas
Loja já demitiu 15 funcionários
O resultado é que lojistas começam a reduzir equipes e demitir funcionários. Na última semana a rede de loja Caçula fez um corte de 15 funcionários na equipe.
Nota da Caçula: A respeito da matéria publicada no dia 18 de junho, sobre a crise no Shopping Park Sul , esclarecemos que a loja Caçula do Shopping Park Sul não demitiu nenhum funcionário, muito menos 15, conforme mencionado. Em nome da Caçula, a Documennta Comunicação se coloca à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.
Cinco lojistas consultados pela reportagem reclamam da gestão da Shopinvest e administração da Argo. Alegam que os custos de condomínio, fundo de promoção e operação chegam, em alguns casos, a totalizar R$ 14 mil, inviabilizaram o negócio.
Alguns restaurantes da praça de alimentação já devolveram suas lojas e começam a enxugar custos. Sem um grande mix de negócios, empresários estão apreensivos já que a próxima data do calendário comercial será somente em agosto, no Dia dos Pais.
“Aumentaram o valor do condomínio e preciso faturar mais de 80 mil para começar a ter lucro. Estou quase devolvendo a operação para não endividar ainda mais. O shopping está demorando a ‘virar’”, reclama um dos empresários, que pediu para não ter nome revelado temendo retaliação, que viu no Park Sul uma chance de ampliar os negócios, que continuou:
Durante a semana tenho pouco fluxo e uma venda razoável. Final de semana tenho fluxo de pessoas de outras cidades, porém com vendas baixas
Com investimento de R$ 300 milhões, o shopping é resultado da união da Shopinvest Empreendimentos (Idealizadora do Shopping), ARGO Desenvolvimento e Gestão (Administradora do Shopping) e VR4 Empreendimentos (grupo de empresários de Volta Redonda).
No lançamento em outubro de 2018, Eduardo Carlier, Gerente Comercial do Shopping Park Sul, divulgou que o novo shopping contava com 160 lojas, e que na época 85% já haviam sido comercializadas.
Dezenas de lojas ainda estão fechadas
Outro lado
O TRIBUNA enviou uma série de perguntas para a administração do empreendimento, que respondeu com a seguinte nota:
O Shopping Park Sul foi concebido mediante um grande estudo de viabilidade, que mostrou o potencial de Volta Redonda e de toda a região Sul Fluminense para receber um empreendimento deste porte.
Além de atrair um grande investimento para a região, com operações inéditas em Volta Redonda, como Havan, Riachuelo, Bramil, Caçula e Kalunga, o shopping e suas lojas geram juntos mais de dois mil empregos.
Em apenas sete meses de inaugurado, o empreendimento recebe, em média, 350 mil pessoas mensalmente, número maior que toda a população da cidade de Volta Redonda, tendo um retorno positivo de quem vem ao shopping.
Neste período, algumas lojas do shopping estão em fase de adequação à demanda dos consumidores, o que é normal neste momento inicial de qualquer grande empreendimento.