Por Tribuna
Como se não bastasse a ansiedade de aguardar o resultado do Covid 19, uma professora de 43 anos de Volta Redonda está sendo vítima de outra doença: o preconceito dos seus vizinhos. Isso vem acontecendo num prédio do Jardim Amália 2, bairro nobre da cidade.
A professora está em isolamento domiciliar após recomendação médica nesta quinta-feira (26) e seguindo todos os protocolos, além do acompanhamento de técnicos da secretaria de Saúde.
— Minha irmã está sozinha no apartamento e não sai para nada, cumprindo todos os protocolos. Mesmo assim, pessoas gritam pela janela para ela sair do prédio. O estado emocional é abalado. As pessoas não têm informação da doença e da importância do isolamento — disse a irmã da professora.
Os ataques também vem via WhatsApp. No aplicativo, aos gritos, uma vizinha disse que a permanência dela no prédio é caso de polícia.
Na verdade, quem procurou a polícia foi a família da paciente e foi informada que não há nenhum impedimento na permanência no imóvel. Pelo contrário, é o recomendado.
Segundo a legislação brasileira, “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”, diz a lei.
— As pessoas devem se conscientizar sobre a importância do isolamento e parar com o preconceito — finalizou a irmã.
Correção do título: o exame da professora não saiu o resultado. Portando, não é paciente e sim suspeita.