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“Falta até dipirona”, dizem médicos do São João Batista



Por Tribuna


Nessa sexta-feira (24), a equipe de reportagem do TRIBUNA conversou com médicos que fazem plantão no Hospital São João Batista. A identidade deles não será divulgada. Eles, no entanto, são unânimes: está faltando o básico para o funcionamento da maior unidade da região.

“Falta até dipirona”, disse um deles, que trabalha há 15 anos no Hospital. Ele citou ainda insumos como fios de sutura, antibióticos, anti-inflamatórios, anti-hipertensivos. E ainda: gaze, compressas, ataduras, seringas e agulhas.

Com a pandemia, as cirurgias eletivas foram suspensas. Mas a urgência e a emergência estão funcionando normalmente na unidade, que há sete meses teve a administração terceirizada para OS. O São João Batista é referência e atende toda a região Sul Fluminense.

Os entrevistados também reclamam do atraso de pagamento aos profissionais. “Pediram minha nota fiscal ontem. Pelo visto, pelo segundo mês, o pagamento vai atrasar”, disse outro médico.

Eles negam qualquer vínculo político no movimento: “Não estamos pedindo aumento. Só condições mínimas de trabalho e o pagamento. É o básico, né? Temos contas para pagar”, esbravejou outro profissional.

Os médicos entrevistados afirmaram que, até a publicação desta reportagem (às 15h40), nenhuma reunião foi realizada para debater o assunto. A prefeitura não se manifestou e nem a OS.

O caso veio a tona quando ocorreu um pedido de demissão em massa da unidade médica através de um grupo de WhatsApp. Os prints das conversar vazaram para à imprensa e TRIBUNA publicou em primeira mão.

WhatsApp

A noite desta quinta-feira (23) foi agitada num grupo WhatsApp dos médicos do Hospital São João Batista. Pelo menos 12 profissionais da saúde pediram demissão da unidade médica, que é administrada por uma Organização Social. Os médicos justificaram a falta de condições de trabalho.

— Apesar de amarmos o HSJB (Hospital São João Batista), no momento torna-se estruturalmente inviável, sobrecarregado e financeiramente ruim — escreveu um dos médicos. A demissão pelo WhatsApp foi “um alinhamento” com os colegas de trabalho.

Os que aderiram a demissão em massa avisaram que deixarão a unidade em agosto – na próxima semana. São plantonistas do maior unidade médica da região. (Confira os prints abaixo)

Procurado, o prefeito Samuca Silva não atendeu as ligações do TRIBUNA na noite de ontem. Também não respondeu às mensagens do WhatsApp. Nem a sua assessoria.

Porém, segundo fontes ligada ao hospital, as demissões podem ser efetuadas de maneira presencial. A comunicação pelo WhatsApp não é oficial.


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