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Há 3,1 mil pessoas diagnosticadas com HIV na região, diz governo



Gabriel (*) visitou dois clínicos gerais quando começou a ter diarreia e manchas pelo corpo. Os médicos receitaram antibióticos e antialérgicos, que não resolveram o problema. Pesquisando os sintomas pela internet, o jovem de 27 anos desconfiou que estivesse com sífilis. Resolveu, então, ir ao um médico particular. Lá, após exames, descobriu que não estava só com sífilis, mas também com HIV.

“Foi um grande baque. Tem sempre aquele pensamento: nunca vai acontecer comigo. Acontece com o vizinho, mas não comigo. E com esse pensamento, vão se descuidando. E também pelo desconforto de usar a camisinha. Com a camisinha, não é a mesma coisa”, conta ele, que está em tratamento há dois anos e que  mora em Angra dos Reis. No próximo sábado (1º) é o Dia Internacional do Combate à Aids.

Gabriel faz parte de uma estatística das quatro maiores cidades do Sul Fluminense (Volta Redonda, Angra, Barra Mansa e Resende): há 3.169 pessoas diagnosticadas com o vírus HIV. Os dados são do Ministério da Saúde levantado com exclusividade pelo TribunaSF. Os números não estão incluídos os novos casos de 2018.

Volta Redonda:  1.254 casos

Barra Mansa: 822 casos

Angra dos Reis: 716 casos

Resende: 379 casos

E ainda: orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS)   mostra que cada caso diagnosticado há pelo menos outros dez com vírus sem saber. “É uma epidemia. São pessoas que estão transmitindo o HIV de maneira desenfreada. O governo federal precisa realizar campanhas preventivas permanentes e não apenas no período de festas”, disse infectologista Cláudio Bernardes.

Para Gabriel, que é bissexual, o aumento dos novos casos em jovens tem a ver com a iniciação sexual cada vez mais precoce. “Vivo normalmente com as minhas atividades. Apesar de estarmos em 2018, ainda há muito preconceitos”, diz o jovem, que primeiro teve choque ao saber da doença e ainda não revela que é portador para todos. “As pessoas importantes para mim sabem”, finaliza.

Acompanhando a estatística nacional, a maior parte dos portadores do HIV na região tem de 30 a 44 anos, com 45% dos casos; em seguida vem os jovens de 15 a 29 anos, com 25%.

“Os jovens não acham que o HIV está na pessoa ao seu lado, na pessoa com quem está flertando, na pessoa que conheceu na balada” (Gabriel)

 (*) Nome fictício


1 Comentários

    • Alcemir Almeida 08:31

      Por causa de um desconforto na relação sexual vc não usa a proteção e por isso perde a chance de fazer outras vezes é talvez perde a vida, pense um pouco é use sempre o preservativo.

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