Por Tribuna
A movimentação nas ruas de Volta Redonda tem se mostrado cada vez mais intensa, o que pode comprometer o combate ao Covid-19 na maior cidade da região. São crianças brincando nas ruas de bairros carentes ou em filas de bancos, dentro de supermercados e ônibus.
Isso pode agravar ainda mais os números de Volta Redonda, que já registra 100 casos confirmados, sete mortes e 16 pessoas internadas, além de 637 aguardando o resultado.
Mesmo com grande parte do comércio fechada, devido à restrição da realização de atividades privadas por meio de decreto municipal, aglomerações têm sido observadas em bairros e na região central.
Além do fluxo de pessoas, relatos de leitores ao TRIBUNA dão conta de que estabelecimentos que não são considerados essenciais pelo dispositivo, como bares e salões de beleza, mantêm o funcionamento com as portas entreabertas.
Segundo dados da Secretaria de Fazenda, mais de 300 estabelecimentos já foram fiscalizados até sábado (11).
É possível que o aumento no número de pessoas nas ruas nas duas semanas esteja relacionado ao recebimento de pagamentos a Páscoa.
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Entretanto, mesmo com o fator econômico, há também uma consequência social que pode levar a população a deixar o confinamento, de acordo com a psicóloga Fernanda de Souza.
— As pessoas precisam ver gente, precisam conviver. De forma geral, todo mundo está acostumado a passar apenas o final de semana em casa. Quando se aproxima de três semanas, já começa a ter o problema do confinamento, e as pessoas começam a inventar necessidades que talvez não seriam importantes naquele momento. Começam a fazer rotinas, ir até quatro vezes na rua, a receber visitas — exemplifica.
“É muito difícil a pessoa saudável entender isso. As pessoas têm que perceber, através das notícias, a gravidade da doença em outros lugares”
Ainda conforme a especialista, há uma dificuldade por parte da população em ver os resultados do isolamento social. Isto porque, tal como uma vacina, o regime trata-se de uma medida preventiva para que não haja uma doença, neste caso, o coronavírus.
“Passam duas semanas e as pessoas acreditam que não está acontecendo nada, uma vez que estão funcionando as medidas preventivas. As pessoas começam a ter a flexibilidade, a relaxar nessa medida preventiva, que no caso é o isolamento social”, disse ela, que finalizou
— Por isso, não adianta parar agora porque, com certeza, se essas medidas não forem tomadas adequadamente, apesar de ter tido um freio inicial dos casos, eles vão voltar a subir e com maior intensidade, porque vai ser em um período que o vírus está circulando de forma mais intensa também.
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