Lágrimas, homenagens e saudades marcaram o enterro de Arthur Vinicius Gomes, que faria 15 anos neste sábado (9). Ele é uma das vítimas do incêndio do Ninho do Urubu.
Pelo menos 800 pessoas estiveram no velório e no enterro do rapaz no Portal da Saudade, em Volta Redonda. Ele jogava como zagueiro no time sub-15 do Flamengo. O caixão estava com a camisa e a bandeira do time rubro-negro.
“Queria agradecer a todos que manifestaram sua solidariedade. Ele amava o que fazia e isso me consola”, contou Marília Gomes, mãe de Arthur, que aconselhou os amigos que tiveram no velório: “Façam tudo pelos seus filhos como eu fiz para o Arthur”. O caixão desceu ao som do hino do Flamengo e do “parabéns pra você”.
O governador Wilson Witzel esteve no velório para cumprimentar os familiares. Ele também sugeriu que a Arena Esportiva recebesse o nome dele. Samuca Silva, prefeito de Volta Redonda, afirmou que a pista de atletismo será o nome de Arthur Vinicius. A Arena já tem o nome de “Seu Nula”.
“Ele tinha um sonho que não pode se perder aos demais jovens. Ele vai ser eternizado na Arena”, disse o governador.
A HISTÓRIA
A história de Arthur Vinícius no futebol começou aos 6 anos numa escolinha de Futsal do Sesi e, logo em seguida, foi para o Voltaço no futebol de campo.
Arthur morava no bairro de Volta Grande II, em Volta Redonda, com a mãe e a tia. No campo, o jogador foi revelado pelo Voltaço.
O garoto foi levado ao clube rubro-negro em julho de 2018, por indicação do olheiro Alan Valladão. Arthur era sobrinho do meia Andinho, ex-jogador profissional do Volta Redonda nos anos 1990.
Seu pai, Edmar Pereira de Freitas, conhecido como Funeca, foi assassinado em 2008 durante um assalto. Arthur, que tinha cinco anos na época, presenciou a morte do pai.
Arthur era tratado como uma grande promessa e havia sido convocado para a seleção brasileira sub-15 no final de 2018.
AMIGOS LAMENTAM A MORTE
O amigo Guilherme Quintino, de 16 anos, abrigou Arthur em sua casa quando foi para Rio, antes de morar no Ninho do Urubu. “Um talento que se foi. Estou muito triste, que era um irmão. Vai fazer uma falta danada”, disse ele, que também joga no Flamengo.
“Ele era muito tímido. Poucas palavras, mas de sorriso fácil. Dificilmente tinha alguém que não gostava dele”, disse Felipe Moura, professor de Arthur no Sesi de Volta Redonda.
No período em que morava em Volta Redonda, ele estudou no Colégio Espírito Santo e Escola Maria José, ambos no Volta Grande.
Reportagem e fotos: André Aquino