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Rodrigo Drable pagou R$ 5 mil de fiança para ser solto



Por Tribuna

Foi divulgado na tarde desta quarta-feira (15) a informação de que Rodrigo Drable, prefeito afastado de Barra Mansa, pagou uma finança de R$ 5 mil para ser solto (registro abaixo). Ele foi preso em flagrante por posse ilegal de arma na operação do Ministério Público na última terça-feira (14).

Ele é investigado por suposta compra de voto de vereador para aprovação de suas contas no Tribunal de Contas. No cumprimento de mandado de prisão, foi encontrado uma arma. Em live, na noite passada, o prefeito justificou que a arma pertencia ao seu avô (video abaixo)

O caso

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil realizaram na manhã desta terça-feira (14) uma operação para cumprir 11 mandados de busca e apreensão na prefeitura e na Câmara dos Vereadores de Barra Mansa.

O objetivo foi levantar informações para um inquérito que investiga uma denúncia de um suposto esquema de propina em que o prefeito Rodrigo Drable (DEM) teria oferecido dinheiro a vereadores para que as contas públicas fossem aprovadas em votação na Câmara Municipal.

Também foram cumpridos mandados na casa onde Rodrigo Drable mora e em outros três endereços relacionados a suspeitos de fazerem parte do esquema.

Diante das denúncias, o Tribunal de Justiça determinou que o prefeito e o presidente da Câmara, Paulo Chuchu (DEM), sejam afastados imediatamente dos cargos. Eles podem voltar com uma liminar.

Oposição quer o cancelamento da votação 

Um dia após o afastamento do prefeito Rodrigo Drable pela Justiça, assim como dois vereadores – Paulo Chuchu e Zélio Show, a maior bancada de vereadores da Câmara de Barra Mansa, do Cidadania, composta por quatro parlamentares, entrou com alguns pedidos para serem analisados pelo Legislativo e pela Justiça.

Um deles é voltado para o cancelamento da sessão que aprovou as contas do prefeito, no dia 12 de maio. Nessa sessão, as contas de 2018 do chefe do Executivo, foram aprovadas por 14 votos a 5.

A denúncia foi iniciada pelo vereador Gilmar Lelis, que registrou em vídeo uma tentativa de suborno de R$ 30 mil por seu apoio na aprovação das contas e mais outra ajuda na campanha de reeleição.

O Cidadania, através do vice-presidente, Claudio Marques Laureano, deu entrada no pedido de cassação de Rodrigo Drable. O pedido foi feito pelo partido para que nenhum vereador precise de ausentar da sessão para o suplente votar em seu lugar.  

Segundo o presidente do Cidadania em Barra Mansa, o vereador Thiago Valério, é no mínimo coerente pedir para essa sessão ser cancelada, já que a investigação do Ministério Público, que resultou na operação de terça-feira, 14, na cidade com o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão, além do afastamento dos envolvidos de seus cargos, foi relativa a tentativa de compra de votos de um dos vereadores Gilmar Lelis.

“Além disso, solicitamos, os quatro vereadores, via Justiça, o pedido de cancelamento da sessão, através de um mandado de segurança”, disse.

Os demais vereadores que deram entrada nesse pedido foram: Gilmar Lelis, Mauro Sabino e Marcell Castro. E não só esse pedido que a câmara precisará analisar.

Eles pedem ainda o cumprimento do Regimento Interno da Casa para a realização de sessões já marcadas. Nessa semana elas aconteceriam nesta quarta, quinta e sexta-feira, mas foram canceladas em virtude da operação envolvendo também os outros parlamentares.

“Diante desse momento em que vivemos, a cidade não pode ter suas sessões suspensas, não podemos parar nosso trabalho. Até porque a Professora Fátima precisa tomar posse, como também prevê o regimento”, diz Marcell Castro.

O vereador Mauro Sabino falou também que entraram com pedido visando a criação de uma comissão processante para a cassação de Rodrigo Drable. “Como o prefeito já está afastado pela Justiça, apenas um pedido de impeachment já poderia ser analisado, mas também queremos abrir uma comissão processante para investigar os fatos. É nossa obrigação legislar e fiscalizar”, argumenta Sabino.

Gilmar Lelis, autor da denúncia no Ministério Público, falou sobre a afirmação do prefeito afastado de que ele seria alvo de um grupo de oposição que há algum tempo o ameaça e faz críticas vazias tentando comprometer sua imagem.

Argumento vazio, em sua opinião, diante de todas as provas apresentadas. De acordo com ele, é uma afirmação muito séria e precisa ser esclarecida. Além disso, existem vídeos que embasaram também a investigação.

“O que faço há muito tempo é fiscalizar o Executivo. Não iria me corromper como queriam e tinha que fazer a coisa certa e denunciar às autoridades competentes. Aí, o que aconteceu depois foi uma investigação policial que não tive mais alçada. Chegou uma nova era, não dá para imaginar que pode oferecer dinheiro para uma pessoa e sair ileso disso porque é ilegal”, falou o vereador.

Thiago Valério lembrou que o grupo de oposição não tem gerência no Ministério Público e nem na Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF). “A ação do Gilmar na polícia não foi política, foi controlada porque o único papel dele foi denunciar ao MP e o que aconteceu depois foi fruto de uma investigação de dois meses. A polícia sabia que o vídeo ia ser feito”, contou.

Thiago continuou dizendo que ele e os demais vereadores do Cidadania cumprem o papel de fiscalizar o Executivo, o que ele tem feito ou não. “Agora dizer que ele não foi afastado por crime de corrupção? Como assim? Foi justamente por isso que o prefeito e os outros vereadores estão sendo investigados: suposta organização criminosa e prática de corrupção ativa”, lembrou.

 


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