A Gerência-Geral de Medicamentos, a Gerência de Fiscalização e a Gerência de Monitoramento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendaram a aprovação, neste domingo, do uso emergencial da Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Cinco diretores da agência ainda vão votar se aprovam a utilização emergencial da vacina. Decisão será por maioria simples, ou seja, de cinco diretores, três votos a favor ou contra definem o resultado.
“Tendo em vista o cenário da pandemia, o aumento no número de casos e a ausência de alternativas terapêuticas. A situação é de muita preocupação e tensão por conta dos insumos necessários contra a doença. Por isso, a Agência Geral de Medicamentos recomenda a aprovação do uso emergencial da Coronavac, condicionado ao monitoramento e ao acompanhamento das incertezas e também sugerimos uma reavaliação periódica”, anunciou Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos, da Anvisa.
Eficácia e segurança da vacina
Na semana passada, o Butantan tinha divulgado uma eficácia de 50,38%. O índice está acima da eficácia mínima de 50% exigida pela Anvisa e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mendes afirmou, porém, que os dados entregues pelo Butantan não permitem avaliar a eficácia e segurança da vacina a longo prazo, e sobre o poder do imunizante para proteger idosos.
Além disso, os dados não permitem conclusões sobre “desfechos secundários” da vacina, como a proteção de casos leves (que exigem ida ao médico) e graves e moderados (que podem levar à internação).
A eficácia geral da vacina é de 50,39%, segundo a Anvisa. O Butantã ainda aponta redução de 78% de casos leves, mas a agência afirma que não há dados para essa alegação.
O uso emergencial das vacinas pode ser autorizado mesmo com estudos em andamento. A premissa é de que o risco-benefício seja favorável.
A Anvisa ainda decide beste domingo se libera o uso emergencial de 2 milhões de doses prontas da vacina de Oxford/AstraZeneca, que o governo tenta importar da Índia.
*Com informações do Estadão Conteúdo